domingo, 14 de novembro de 2010

Confissão



"Confesso,
Hoje acordei exaltado
Rogando aos céus
Proteção pra te ver.
Desejo de querer
Sem saber o por quê.
Diga você o
Encanto que tens
E me esconde assim
Só pra me prender;
Me toma à toa
E com gosto eu vou
De olho fechado
E saliva na boca.
Me abraça, me aperta,
Me sente, me voa.
Um pouco de ti, já
Meu coração dispara.
Lembrança
Ali no meu pescoço
Onde me beijas com paixão.
Que queres tu nesse bem fazer?
-Ora, lá sei o que queres meu coração..."

Foto: http://www.flickr.com/photos/chitrasudar/

Alma



"Vertem sentimentos
Por minhas veias plácidas.
Cansadas da batalha,
Implorando um perdão
Que nunca lhes coube,
Em hora imprópria
Desistem por si sós.
O sangue, num passo
Coordenado, pára.
Gota... Gota... Nada...
O coração sem bater, sente:
A hora presente é o termo
trágico e simples,
Como qualquer um que
Já foi um dia.
O ar, o pulmão, o fel.
O cérebro.
Num corpo sem Esperança
Não é possível a alma.
Sem fugir, de languidez morre
Aos poucos, sem dor na carne.
Apenas o vazio,
um buraco invisível no universo."

Foto: http://www.flickr.com/photos/pinksherbet/

sábado, 23 de outubro de 2010

Compilações


"As lágrimas salgadas
Que escorrem no meu rosto
Não são para ti;
São para os outros,
Que não entendem nosso amor."

"Correndo tão rápido
Quanto o vento me permite
Não consigo fugir de mim."

"Diga à Clarice, meu bem,
Que tentam e não conseguem
Copiá-la, de jeito nenhum."

"Meus olhos  fechados
Não permitem que você olhe para mim
E não goste do que veja."

"O jogo de faz-de-conta
É a mais real das brincadeiras.
Fingindo e mostrando
Nossa verdadeira essência."

Foto: http://www.flickr.com/photos/powi/

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A alguém em especial

"Porque amor é um ato de devoção,
Entregar a alma,
Esquecer-se de si;
Porque amar me torna menos eu
E mais se faz em nós;
Porque o coração insensato
É o verdadeiro sábio na vida
E só ele percebe o que não veem os olhos;
Porque o sentir é a linguagem
Eterna compreendida por poucos;
Porque não há explicação;
É porque amo você."

Foto: http://www.flickr.com/photos/qthomasbower/

sábado, 24 de julho de 2010

Nostalgia

 
"Não sinto saudades. Não sofro desse mal, tenho é nostalgia. Administrada diariamente em doses de três a cinco minutos; quando me calo ou fico sozinho. Nada mais de um leve ar distante ou um rosto um tantinho enrugado, dependendo do teor da memória. Sem contraindicações. Reações adversas raras e, normalmente, brandas. Gotas de um passado que não volta e não quero que volte. Nostalgia é saudável, saudade é opressora. Nostalgia é riso interno; saudade, lágrimas. Não por querer, não por mal. É simples de entender: no hoje sou mais feliz."

Foto: http://www.flickr.com/photos/fhashemi/

domingo, 20 de junho de 2010

Feliz Aniversário



"Feliz aniversário!
Obrigado, um ano a menos para morrer.
Calma, não sou uma pessoa tão mórbida.
Agradeço de coração.
Prefiro acreditar que estou juntando maturidade.
Para quê?
Ora, quem sabe depois da vida
Essa história de viver
Faça algum sentido."

Foto: http://www.flickr.com/photos/3boodnasser/

Alma leve de voar



"Com a alma leve para voar
Abro as asas e viajo,
Passo por um lugar qualquer
À luz da  Lua e meia.
Vejo as crianças lá embaixo,
Os jovens de mãos dadas,
Fecho os olhos ao passar
Por uma janela entreaberta.
O ar belisca minha pele
Frio e ainda simpático.
'É hora de voltar, meu amigo
Acabou sua jornada'.
Fecho o livro e
Volto súbito.
O anjo continua voando
A minha espera
Ali na próxima página..."


Foto: http://www.flickr.com/photos/paparuchas/

Menino do olhar dourado



"Menino de olhar assustado.
Chega escondido,
Senta ao meu lado.
Quieto, vidrado, perdido.
Todos riem. Ele ri:
Não quer ser notado.
Só fica ali, intato.
Aproximo e digo: oi;
Vermelho responde: olá.
Abaixa e some.
Imito sua pose
De estátua de avenida.
Ele me olha pelo lado,
Não acha graça.
A aula acaba e vai embora.
Quem será este que tem um halo
E um lido olho dourado?"

Foto: http://www.flickr.com/photos/ericperrone/

sábado, 19 de junho de 2010

Espelho



"Olho no espelho e vejo um estranho.
Aquele corpo que minha alma habita.
Não sou tato, sou melodia.
Uma pele, francamente, 
Não me qualifica.
Faço desta um objeto.
Só sabe, mecanicamente, estar.
Sou invisível. 
Sou etérea mente e
Espírito.
Sou leve para voar."

Foto: http://www.flickr.com/photos/dexxus/

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Predador de si

 
"Sou meu próprio predador. O culpado dos meus erros. Segui por um caminho certo, sem buscar mudar as regras. Sem esforço, sem pena, me transformei no que sempre soube que seria. Foi mais fácil para continuar. Agora não consigo mais sair. Reunir forças, rebelar. Do mesmo jeito incerto e transviado, continuo de cabeça baixo, envergonhando  minha própria fraqueza.
Eis que haverá um dia quando a vida será diferente. O homem será  forte e sensato. Exato e vibrante. Consumo-me até saber quando esse dia virá. E se será além da imaginação."

Foto: http://www.flickr.com/photos/anuprajg/

Cinco minutos



"Cinco minutos a mais para dormir. Cinco minutos para poder relaxar. Cinco minutos antes do meu mundo desabar. Só mais um tempo e estarei pronto. Um minuto de sua atenção, por favor. O homem pisou na Lua em 69. Mandiba governou até 99. O tempo necessário à contabilização dos votos do país inteiro foi de sete horas trinta e seis minutos e quarenta e três segundos. Seu tempo de ontem subiu onze centésimos em relação à hoje. O fim do mundo será em vinte e um de dezembro de dois mil e doze. 
A cidade vai acordar meio segundo antes. O Sol vai nascer no meio da noite. O Século decidiu andar de dois em dois anos. O ano se rebelou e vai de três em três dias. Os Estados Unidos da América criaram um novo sistema de medição do tempo, baseado na inflação e nas condições climáticas do hemisfério norte. O fim do mundo será mesmo em vinte e um de dezembro de dois mil e doze.
Não deu tempo. Faltaram datas para a reunião. Dormi demais, professora. Deixa para depois. Sai lá fora, aproveita esse Sol de dois por cento de  vento sudeste, que depois de depois de amanhã é um novo dia!"

Foto: http://www.flickr.com/photos/ghetzu/

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Ismália

ISMÁLIA

"Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar..."

Alphonsus de Guimaraens
(Palavras falam mais que mil imagens!)

Um corpo que cai



"Cansado de viver, morreu.
Ali, caído de braços abertos, ficou.
Pulara do décimo quinto andar,
Do mais alto prédio da cidade.
No meio da tarde só restou um grito.
Estava arrependido no meio da queda."

Foto: http://www.flickr.com/photos/kaigaiero2/

Alterego


"Não sou depressivo.
Meu alterego dos dias bons que é mudo."

Foto: http://www.flickr.com/photos/katietegtmeyer/

domingo, 13 de junho de 2010

Ciúmes


"Ciúmes de quem viveu no tempo de Cazuza. Sonhou com ele. Dormiu com ele.
Que droga de anos dois mil. Queria a droga do Cazuza!"

Foto: http://www.flickr.com/photos/simonepedacos/

Marca

"Não faço parte de um seleto grupo: dos gênios, sábios, os apresentáveis.
Estou relegado a uma categoria inferior, daqueles que merecem o respeito e nada além disso.
Espreito atrás de cada olhar falsamente amigável um vislumbre de pena, mirando um coitado alheio à marca dos escolhidos.
Uma pessoa sem luz; sempre caminhou importante e, um fardo de anos depois, vê repentinamente que nunca foi especial. A paisagem era reflexo de tantas almas faiscantes ao seu redor.
Continua caminhando, mas já não tem motivos. A solidão fria é a única companheira de estrada. Uma estrada agora escura, rápida para um incauto se perder. Sem fogo nem vela, só há a Lua, que não brilha: igual a você."

Foto: http://www.flickr.com/photos/luchilu/

domingo, 30 de maio de 2010

Curiosidade

"Não sou alienado. Gosto de política. Leio filosofia. Sei da coluna social e do capítulo de uma novela que não assisto. Acompanho o noticiário e as páginas dos jornais. Compro revistas adoidado. Estou atento, com o olho correndo rápido em tudo que vejo. Ou no que não vejo mas deveria ver. Leio as críticas dos últimos lançamentos, rabisco uma opinião. Minha curiosidade é tamanha. Entender essa tecnologia. Estudar as novas tendências. Minha curiosidade é sem fim. Saber, saber, conhecer. Expandir. Sou assim, não tente me contrariar. Viajo fazendo conjecturas, discutindo comigo mesmo. Perguntam e eu respondo. Elogiam e me regozijo. Um riso contido, discreto só por ser. Não faço pelos outros, faço por mim. É da minha alma, inquieta e revolta, este meu jeito só meu de ser."

Foto: http://www.flickr.com/photos/pinksherbet/

Arte que não me dá respeito

"Minhas palavras são repetitivas. Desgasto as mesmas frases. Gosto de fórmulas prontas temperadas de clichês inéditos. Minha poesia é débil, perfunctória, infantil. Uso de palavras pouco corriqueiras e assim escondo meus desvios. Erro a gramática, não tento a métrica por ser incapaz. Repito assuntos mais uma vez. Não gosto de reler o que já fiz. Clarice entenderia. Porque o tempo não passa e aprendo que esta não é minha arte? Eu não tenho arte! Nasci sem talento, vou morrer com menos ainda. Um dia quem sabe, meu neto me peça: conta uma história, vovô! De um olhar profundo vou dizer ao menino: vai brincar, vai; que esse negócio de letras não está no seu sangue."

Foto: http://www.flickr.com/photos/visualpanic/

sábado, 29 de maio de 2010

Da análise humana


"A análise humana nunca é uma atitude direta. O homem cria entremeios, dificulta palavras, esconde seus atos. O olhar atento vê as entrelinhas, capta sentimos escondidos, intercepta expressões cruciais. Uma atividade laboriosa, que exige treino e, diga-se, um certo dom. Dom, pois a mente humana não foi feita para ser revelada; é preciso ser teimoso o suficiente para tentar desafiá-la. Apesar da busca incessante, quando enfim a tocamos é uma experiência intensa, extrema: tal como tocar o metal frio, do qual se é impossível desligar; a mente não permite fugas, quer saber quem é o homem que ousou conhecê-la de frente. Na verdade, o que pode ser visto é apenas um vislumbre, a ponta final de um trançado complexo e infinito. A mente jamais permitiria ser vista. Seus mistérios existem para serem mistérios. Aí que está toda a graça!"

Foto: http://www.flickr.com/photos/greenjeans/

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Da Alegria

"Hoje é o dia da virada! A Tristeza foi embora. Expurguei os maus pensamentos. Voltei a cantar, já consigo escrever. O futuro pode parecer um horizonte cinza, mas sei como enfrentar: é só fechar os olhos e não ver o que está a frente! Viva o agora! O presente é o que importa! Uma das lições mais difíceis e uma das mas valiosas. Sinta o sangue correndo, o ar entrando nos pulmões, sinta o toque, o abraço sincero nunca foi tão valioso, o amor verdadeiro nunca foi tão singelo. Os pequenos momentos que valem por anos. Acredite, sofrer não é um bom caminho. O bom caminho já tem pedras suficientes pra atravessar. Sinta a intensidade do que o rodeia. Você já agradeceu hoje, pediu 'por favor' e se desculpou pelos erros? Faça, sem demora! Sorria, cante, mesmo sem ter motivos. Os problemas serão os mesmos, é a forma de encará-los que você pode controlar!"

Foto: http://www.flickr.com/photos/ciadefoto/

Da Tristeza que me procura

"A Tristeza há muito tempo tenta andar comigo. Ela finge que me entende, me trata bem e diz que compreende. Às vezes, caio no seu conto. Vivemos de mãos dadas por alguns dias, assim em silêncio em um acordo tácito.
Nesses dias me consumo. Como pouco, durmo mal, rio quase nada. Esqueço os amigos e cometo loucuras. Tudo para estar ao lado dela. Ela fica feliz, o que pra ela é triste. Muito triste em me ver de tal forma; é todo o prazer de que ela precisa. Da energia que me leva ela se sustenta. Menina travessa, acha que me ganhou...
No abrir dos olhos sinto um sopro no ouvido. O sopro encontra um caminho, faz voltas e mais voltas. Toma conta do meu ser. Sinto o calor invadir o meu corpo lentamente. Levanto da cama e olho o espelho. O corpo magro, olheiras enegrecidas. É assim que vou pra luta.  A Tristeza não tenta se aproximar. Já sabe que perdeu de novo. E pensa 'só mais uma batalha'. Como é convencida!
Saio, dessa vez sozinho. Sei que mais uma vez estou livre. Sei que é só temporário. Sei que meus problemas não estão resolvidos. Mas, agora, caminho com a cabeça erguida. E isso faz toda a diferença!"

Foto: http://www.flickr.com/photos/hills_alive/

terça-feira, 25 de maio de 2010

O Nada que me vem à cabeça

"Tento escrever e as palavras não saem. Mil assuntos me atormentam, fazem repensar, interferem. Saio; olha a janela, minha vitrine preferida; volto. Escolho outro tema e escrevo. Não. Olho o nada, vasculho pastas e pastas que se sobrepõem. O marasmo toma conta e perco a vontade. Fecho o caderno. Escondo o lápis. Algo me prende àquele instante, àquele lugar. Mais uma vez. As palavras saem ligeiras, correndo faceiras por estarem livres. Meu texto começa assim: tento escrever e as palavras não saem... Não sei mentir. Quero escrever, mas ficou para outro dia. Tantos sentimentos oclusos, agudos. Sem rimas, por favor! Se a vida passa ligeira, corra ao lado dela. Ficar para trás nunca foi uma boa escolha."

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Da sensibilidade

"Uma brisa leve flutua no ar. Um toque frio, a pele exalta. O olho fechado na luz contra o Sol. Os pés pisam um verde áspero e seco. No olfato, o inconfundível hálito de inverno.
No ouvido, a música canta a solidão em versos métricos. O som alcança o infinito. Doce sabor de um dia de junho de dois mil e qualquer ano. Você caminha sem destino, caminha apenas para ir em frente. Senta na escada de pedra fria, abraça as pernas e fica. Imóvel. Estático.
As flores já explodiram em matizes. Elas olham para você fixamente. O poste no meio do caminho avisa que a noite vem chegando. Hora de ir embora. Voltar para o casulo. Porque amanhã nada disso será como hoje."

Foto: http://www.flickr.com/photos/ballet_lausanne/

domingo, 23 de maio de 2010

Da angústia


"Sofro de angústia.
Mórbida, crônica, aguda. Crítica.
Por mais que lute, por mais que me debata, ela não larga.
Na verdade, você não luta contra ela. Somente ignora.
Ignora por tanto tempo na esperança de que ela se canse e vá embora.
E ela não vai. Está sempre a espreita; aguardando qualquer momento sem razão, qualquer fotografia que ficará, irreversivelmente, gravada em sua memória como um momento que você não quer lembrar. 
Depois de tantos anos, ela acaba se tornando sua amiga. Conhece as vontades dela, ela as suas. Por vezes até conversam. Contam seus segredos obscuros e riem; um riso nervoso, cinza e profundo.
Cansada, enfim, ela decide se afastar. Mas só um pouquinho. O bastante para você viver. Tomar um café, sair com os amigos.
Só. Pelo canto do olho, encostada na porta, ela está ali a sua espera: a angústia."

Foto:http://www.flickr.com/photos/supersonicphotos/

Da janela

"Sair de casa é um ato de coragem.
Na preguiça de um lar, as regras são suas. As vontades são suas. Ninguém se importa se sua cara está amassada, seus olhos vermelhos. Não importa. Desde que você esteja bem...
Agora, ao pôr o pé pra fora, você chega ao lugar de ninguém; o lar de milhões de pessoas que correm todos os dias, sempre atrasados, precisando chegar antes do que qualquer um. As pessoas lhe julgam: 'Que horrível aquela roupa!', 'Olha como o cabelo não caiu bem!', 'Pobre homem, tão desarrumado'.
Por que sair de casa para um mundo tão perverso? O homem é, na sua essência, um masoquista! Precisa mostrar que está bem, dizer aos outros 'Olhem pra mim'. O ego que grita pela garganta, pelas têmporas. Grande teatro social! Venham todos, é agora, é sempre, sempre será...
Mas eu, quando posso, acalmo o meu ego. Escondo-me no canto mais distante da cidade. Afastado do mundo, olho pela janela e rio das pessoas lá embaixo. O telefone toca e alguém briga comigo por eu não sair. Sou julgado novamente. Pobre pessoa, não sabe como rio dela..."

Foto: http://www.flickr.com/photos/calliope/

sábado, 22 de maio de 2010

Passarinho

POEMINHA DO CONTRA

"Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!"

Mário Quintana 

Foto: http://www.flickr.com/photos/doodledan/

O poeta

"Escrevo apenas sobre o que toco, o que cheiro, sinto e vejo.
Abuso da retórica. A métrica não me satisfaz.
Corto palavras, rabisco linhas em busca da perfeição.
Leio, releio, tresleio...
Não está bom.
Nuncá estará! Um insatisfeito por natureza.
Busco palavras e elas não me vêm à cabeça.
Maldita arte. Maldita hora em que decidi pôr no papel.
A angústia opressora de que nada dá certo.
Por que eu? Por que comigo?
Cala, só escreve...
Faz a caneta manchar o papel. 
Sente o cheiro de tinta fresca sendo criado por você.
Vai. Dá alento a esta mente insana, frenética.
Que não se cansa, não lhe dá descanso.
Reverbera. Ecoa. Exalta.
Feliz e cansada, a mente do poeta se dá por satisfeita.
Mas é só por enquanto. Logo ela se abre de novo...
E tudo começa de novo outra vez..."

Foto: http://www.flickr.com/photos/boasorteecareca/

No princípio...

"No princípio, Deus criou o céu a e terra. A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo e um vento impetuoso soprava sobre as águas.
Deus disse 'Que exista a luz!' E a luz começou a existir. Deus viu que a luz era boa. E Deus separou a luz das trevas: à luz chamou de 'dia', e às trevas chamou 'noite'. Houve uma tarde e uma manhã: foi o primeiro dia."
Gen; 1, 1-2

Foto: http://www.flickr.com/photos/jurvetson/