"Minhas palavras são repetitivas. Desgasto as mesmas frases. Gosto de fórmulas prontas temperadas de clichês inéditos. Minha poesia é débil, perfunctória, infantil. Uso de palavras pouco corriqueiras e assim escondo meus desvios. Erro a gramática, não tento a métrica por ser incapaz. Repito assuntos mais uma vez. Não gosto de reler o que já fiz. Clarice entenderia. Porque o tempo não passa e aprendo que esta não é minha arte? Eu não tenho arte! Nasci sem talento, vou morrer com menos ainda. Um dia quem sabe, meu neto me peça: conta uma história, vovô! De um olhar profundo vou dizer ao menino: vai brincar, vai; que esse negócio de letras não está no seu sangue."
Foto: http://www.flickr.com/photos/visualpanic/
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