segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O lado de cá

"Me recuso, terminantemente, a ser igual aos outros adultos. Não vou viver uma vida sem gosto, gastando meus dias com problemas inúteis. Quero sair da linha de vez em quando, cometer pequenas loucuras: pegar um ônibus sem saber pra onde ir, desabafar com um desconhecido, exagerar na quantidade de chocolate. Aqueles pequenos momentos que custam pouco e valem para a vida inteira.
Vivo com a capacidade de me surpreender com o cotidiano. Adoro ir para a sacada do apartamento e olhar as luzes acesas até a curva do horizonte, me surpreendo todos os dias com as cores das mesmas árvores no mesmo caminho que faço há anos. Adoro olhar para o céu e ver ele azul, mas se está cinza, admiro a imensidão alva e distante. Sou apaixonado pelo gosto do café em minha boca, pelo cheiro de livro novo. Olho para as pessoas e vejo belezas únicas: o jeito de cada um contar uma piada, a forma de rir, a aparência de um olhar.
Não quero demais, preciso apenas de vida pulsando, de verdade no tratar, de sentimentos para expressar. Preciso de detalhes, pois eles fazem a real diferença. Preciso de pouco, mas de um pouco que não é fácil de se encontrar. Preciso de você, das suas dores pra dividir e risos pra contar. 
Estou descobrindo a viver e, acredite!, o lado de cá é infinitamente melhor."

Foto: http://www.flickr.com/photos/grrphoto/

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